terça-feira, 16 de agosto de 2011

A VIDA DO PASTOR ALENTEJANO



Não conhece os feriados
Tão pouco um fim-de-semana;
Conhece os cheiros dos gados
Tão certo que não se engana!

                 I
Ao romper da madrugada,
Ao alvor da nobre aurora,
Salta da cama p’ra fora
Cama à qual chama malhada!
Já deixa preparada
Com os lençóis desdobrados
Porque a vida e seus cuidados
No seu dever se empolga,
Não tem um dia de folga
Não conhece os feriados!
               II
Solta o gado do curral
Com todo o empenhamento,
É seu entretenimento
Sua profissão real;
Profissão nobre, afinal
De que um bom pastor se ufana
Com seu rebanho se irmana
Meses, anos sem parar,
Não sabe o que é descansar
Tão pouco um fim-de-semana.
                  III
Do leite faz a ordenha
Para o queijo saboroso,
Precisa de ser jeitoso
P’ra que o leite à mão lhe venha!
A sua perícia empenha
Em seus dedos amestrados,
Do jogo conhece os dados
E sabe da sua arte,
É mestre em qualquer parte
Conhece os cheiros dos gados.
                  IV
Quando nasce um cordeirinho
Que ainda não sabe andar,
Ele lhe vai dispensar
Muito cuidado e carinho;
Como se fosse um filhinho
Que ainda está na cabana,
Com quanta vontade e gana
O leva à mãe p’ra mamar,
Sem receio de o troca
Tão certo que não se engana.

José da Silva Máximo









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